domingo, 1 de agosto de 2010

Ciência para quem?


Depois de escutar o empate do Grenal na Guaíba, vou ver minha caixa de entrada de e-mails e vejo que chegou mais um boletim da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, diz ser a edição de número 500 de informações sobre as denúncias de irregularidades sobre transgênicos, agrotóxicos e injustiças nas relações comerciais promovidas por governo e transnacionais que trabalham juntas imperando as tecnologias aos produtores de alimentos no país. Nesta edição, fala sobre o impedimento pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBio) do milho Bt da multinacional Bayer na entrada no comércio brasileiro, realmente uma vitória para um país ecológico. CNBio é um órgão do governo responsável por aprovar as entradas dos transgênicos e OGMs das transnacionais relatadas, analisadas e repassadas pela CTNBio, órgão técnico. O CNBio denunciou irregularidades no relatório sobre como este milho vai se comportar no ambiente amazônico.

Além do mais, no boletim fala sobre a reunião anual da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciencia, ressalvando que a entidade deve participar mais a fio sobre essas liberações dos OGMs participando e cobrando mais transparência nas aprovações dessas tecnologias. Finalmente, o país esta caminhando na direção de uma ciência para seu povo, ou pelo menos começar a discutir sobre isso, num debate de biosseguranca durante a reunião anual que acontece este ano em Natal (RN) da SBPC de Edilson Paiva, ex-membro da CTNBio e Rubens Nodari, professor e pesquisador da UFSC defenderam os lados, nos quais Edilson Paiva afirmou que a CTNBio sempre aprovou os pedidos de liberação comercial de transgênicos com base na ciência e não foram do jeito açodada e com pouca transparência como afirmado por muitos no debate. No entanto, o professor Rubens Nodari falou que não é contra a tecnologia, mas a CTNBio aprova os OGMs sem o principio da precaução tão necessária para a ciência. Nisso, já sabemos que como entraram as tecnologias no Brasil, de uma forma pirateada pelos países fronteiriços do Brasil, que depois de ter entrado foram empurradas por leis que condizem com as tecnologias e sem nenhuma precaução dominando o território da agricultura exportadora brasileira, seguido de outras varias aprovações de porte submisso da CTNBio e CNBio em favor das multinacionais.

Assim, vemos que mesmo com tanta contaminação do país por agrotóxicos, erosão de solo, eutrofização de rios e tantos outros problemas promovidos pelo atual modelo de agricultura, temos um passo a favor do ambiente Brasil, enfim os cientistas brasileiros parecem terem começado a notar que a tal neutralidade por eles principiada na ciência, é mais política do que pensam, ela mais trabalha em favor dos estrangeiros, aumentando seus lucros provocando injustiças sociais para os que são agricultores brasileiros verdadeiros. Torço que comecem a ver o Brasil, como fala Hugo Chavez, soberano em suas tecnologias e saia dessa política de colônia do hemisfério norte, promovendo políticas publica para o povo brasileiro.

Não é apenas uma informação que trago aos leitores sobre os transgênicos e biosseguranca, mas também uma ideia que deve ser sempre lembrada e pode estar regendo a vida de muitos, caso pretenda entrar num meio cientifico e praticar a ciência, leva consigo esta premissa, a ciência que produzo é para quem? Devo produzir conhecimento apolítico ou político? A neutralidade na ciência? Ah, para mim é piada defasada.

Para mais informações sobre o boletim da AS-PTA: http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/boletim/

Rômulo Cenci


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